25 de outubro de 2010


 Olhar-se ao espelho e dizer-se deslumbrada: Como sou misteriosa. 
Sou tão delicada e forte. E a curva dos lábios manteve a inocência. 
Não há homem ou mulher que por acaso não se tenha 
olhado ao espelho e se surpreendido consigo próprio 
Por uma fração de segundo a gente se vê como a um objeto a ser olhado 
A isto se chamaria talvez de narcisismo, mas eu chamaria de: alegria de ser
Alegria de encontrar na figura exterior os ecos da figura interna:
ah, então é verdade que eu não imaginei, eu existo.

Clarice Lispector

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